TYRRELL P34
A Tyrrell já não vivia os tempos de vacas gordas proporcionados por Jackie Stewart e François Cevert. Ainda assim, a equipe inglesa tinha dinheiro e liberdade para criar. E o então projetista da equipe, Derek Gardner, resolveu inovar. No final de 1975, o mundo da Fórmula 1 se espantou quando o francês Patrick Depailler saiu dos boxes de Paul Ricard para as primeiras voltas do novo carro. Era um modelo de seis rodas (quatro na dianteira e duas na traseira). O P34 passou por exaustivos testes antes de estrear no GP da Bélgica de 1976, com um quarto lugar conquistado pelo sul-africano Jody Scheckter. A surpresa aconteceu duas corridas depois, na Suécia. Pole para Scheckter, e dobradinha, com Scheckter em primeiro e Depailler em segundo. Foi a única vitória do seis-rodas na Fórmula 1. Em 1977, o carro não obteve colocações de destaque, e no ano seguinte a FIA proibiu a construção de carros com mais de quatro rodas motrizes. Além da Tyrrell, a March e a Williams também construíram modelos seis-rodas (mas com quatro rodas na traseira), que viraram peças de museu.
RENAULT TURBO
RENAULT TURBO A história do automobilismo teve seu pontapé inicial dado pelos franceses. Ao volante de um Renault, o húngaro Ferenc Szisz venceu a primeira prova que se tem notícia, no longínquo ano de 1906. Quase sete décadas depois, a mesma Renault voltou a ser notícia, com o anúncio da construção do primeiro carro dotado de motor turbocomprimido. O escolhido para desenvolver o Renault RS01 foi Jean-Pierre Jabouille, que colaborou muito com seus conhecimentos de mecânica. A estréia foi no GP da Inglaterra. O desempenho ruim nos treinos (Jabouille conseguiu o 21º tempo entre 26 pilotos) motivou ironias sobre o barulho do propulsor V-6 de 1.500 cilindradas cúbicas. "Ele não ronca, pipoca". O motor não resistiu 14 voltas e estourou. Mas inaugurou a era turbo. Em 1979, a Renault conquistou sua primeira vitória na F-1, com Jabouille, no GP da França. No ano em que tinha mais chances e o melhor carro da categoria - o RE40, pilotado por Alain Prost - acabou derrotada pela Brabham de Piquet. Por causa dos altos custos, os motores turbo foram banidos da F-1 no final de 1988.
FERRARI 640
John Barnard, projetista da equipe, foi incumbido de desenvolver um novo carro para a temporada de 1989, que seria desenvolvido pelo brasileiro Roberto Pupo Moreno. Além da volta triunfal do clássico motor V-12, o novo projeto, inicialmente batizado com a sigla 639, apresentava como grande novidade um cambio semi-automático acionado por intermédio de duas borboletas acopladas na parte de trás do volante. Na borboleta direita, o piloto trocava as marchas para cima; na esquerda, reduzia. O câmbio semi-automático era um dos "recheios" de um carro diferente, que retomava o formato aerodinâmico "garrafa de coca-cola" - marca registrada de John Barnard. O modelo definitivo, conhecido como 640, apresentava o bico dianteiro semelhante ao de um pato. Com esse carro, Nigel Mansell venceu o GP do Brasil de 1989. No total, a 640 e os modelos derivados conquistaram nove vitórias entre as temporadas de 89 e 90. Hoje em dia, todas as equipes de F-1 possuem câmbios semi-automáticos.
WILLIAMS FW14
Os avanços da eletrônica na F-1 fizeram surgir novidades como o controle de tração, o acelerador fly-by-wire (sem cabos) e até mesmo um sofisticado sistema de largada desenvolvido pela Benetton no auge da era Schumacher. Mas, sem dúvida, o aparato que mais impressionou foi a suspensão ativa introduzida pela Williams no seu modelo FW14, que correu nas temporadas de 1991 e 1992. Ao contrário das suspensões convencionais, que usavam molas e amortecedores, a suspensão ativa trabalhava por computador, absorvendo as imperfeições do asfalto. Era como se Nigel Mansell e Ricardo Patrese dirigissem num tapete nas onduladas ruas do principado de Mônaco, por exemplo. Outra cena comum era o carro parado nos boxes, subindo e descendo, imitando o movimento real da pista. Mas isso durou pouco tempo. Em 94, os sistemas de suspensão ativa foram proibidos. Com a Williams FW14, Nigel Mansell foi vice-campeão em 91 e conquistou o título entre os pilotos em 92.

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